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Brasil cobra que os EUA retirem embargo econômico a Cuba, durante discurso na ONU
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Discurso foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Brasil também cobrou retirada de Cuba de países que patrocinam terrorismo.
- Por Camilla Ribeiro
- 29/10/2024 18h06 - Atualizado há 1 mês
Nesta terça-feira (29), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, cobrou que os Estados Unidos façam retirada do embargo econômico imposto a Cuba.
A cobrança feita por Mauro Vieira ocorreu durante seu discurso na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA).De acordo com o ministro, a cobrança acontece em um contexto no qual o Brasil acompanha com "grande preocupação" com a situação no país.
Cuba enfrenta uma emergência energética provocada pela passagem do furacão Oscar, que resultou em seis mortes, deixou o país sem energia e arrancou telhados e paredes de casas, além de derrubar postes e árvores.
Por conta do embargo imposto a Cuba, empresas americanas e até internacionais poderão sofrer sanções por manterem relacionamento com o país caribenho.
"É evidente que as severas sanções impostas injustificadamente a Cuba, tanto pelo embargo como por sua inclusão na lista de 'Estados patrocinadores do terrorismo', contribuíram ainda mais para exacerbar a situação. Essas medidas, que já penalizam injustamente o povo cubano, agora impedem uma adequada resposta à crise humanitária gerada pelo furacão [Oscar]", afirmou Mauro Vieira.
"Por todas essas razões, instamos os Estados Unidos a reconsiderarem sua política sobre Cuba: eliminar as sanções, retirar Cuba da lista dos Estados patrocinadores do terrorismo e fomentar um diálogo construtivo baseado no respeito mútuo e na não interferência", completou o chanceler brasileiro.
Embargo e lista do terrorismo
O embargo imposto pelos EUA sobre Cuba impede a maioria das trocas comerciais por meio de duas leis: uma de 1992 e outra de 1996.
O governo americano proíbe, por exemplo, o envio de alimentos ao país caribenho, com exceção em casos de ajuda humanitária, e torna passível de punição judicial empresas nacionais e estrangeiras que realizem relações financeiras com a ilha.
Em 2021, o então presidente americano Donald Trump incluiu Cuba na lista de países patrocinadores de terrorismo. Barack Obama, antecessor de Trump havia retirado o país da lista.
Na época, o secretário de Estado, Mike Pompeo, disse que Cuba havia voltado para a lista por apoiar Nicolas Maduro e proteger fugitivos dos Estados Unidos, além de colombianos.
A entrada no Brics
Em seu discurso na ONU, Mauro Vieira se mostrou a favor de Cuba na entrada no Brics.
Acontece na próxima semana a discussão sobre a criação da categoria de países "parceiros" do bloco, um status inferior ao dos membros efetivos do grupo que reúne, entre outros, Brasil, Rússia, Índia, China, Irã e Egito.
No total, cerca de 30 países se candidataram a essa categoria, 13 serão chamados a integrar o Brics, entre os quais Cuba.